segunda-feira, 2 de abril de 2012

A verdade que eu descobri

"La verdad está en el vieje, no en el puerto. No hay más verdad que la búsqueda de la verdad. [...] Aunque estamos mal hechos, no estamos terminados; y es la aventura de cambiar y de cambiarnos la que hace que valga la pena este parpadeo en la historia del universo, este fugaz calorcito entre dos hielos, que nosotros somos."

Toda nossa vida não pode ser refém de uma hstória única, pois esta mesmo não é uma, mas várias, máximas que nascem em palavras tão incertas como as folhas secas que a aragem de outono carrega consigo. Nossa verdade não está exatamente nestas folhas, mas no caminho ao qual a ventania as leva. Somos nômades por natureza e o que faz nossa chama crescer em chispas não é tanto o combustível que arde como o vento que sopra. Abandonamos o deslocamento para viver da segurança e desde o século XVIII nosso pensamento está tingido pela razão. Uma corrente linear que não se abre alternativas e segue um fluxo que nunca se corrompe em direção a um progresso infinito e certo. Abandonamos o deslocamento porque este oferece riscos e não garante a volta, por isso optamos pela convicção cartesiana. Aprendi jovem que a verdade não está nos livros, mas nas pessoas que os escreveram e nas pessoas também que não os escreveram.
Quero gastar meu tempo com as pessoas e não com os livros, quero enredarme em seus mistérios e preencher minha folha branca e vazia como a que John Locke disse que todos nós possuímos. Pois sim, é desta forma que começamos a escreve-la primeiro com as primeiras palavras da socialização com nossos pais e depois com as grandes narrativas de nossos avôs. Como no escrito anterior esta dito, a vida está feita de história, redigidas pelos nossos próprios dias ou emprestadas dos dias de outros, mesclamos esses detalhes em uma composição única que ganha outro alcance a cada nova mirada. Sim, esta é a maior das verdades, a de que não há apenas uma verdade, mas muitas! Complexas, simples, profundas, contraditórias e impossíveis, está verdades estão guardadas nos quatro rincões da Terra esperando apenas um pergunta, uma aproximação ou mero gesto de interesse. Violeta Parra, a chilena mais linda já viva, que tinha feito de sua vida trabalho e amor sabia disso quando lhe perguntaram:

- Violeta, usted es poeta, musica, teje, pinta.. Si yo le doy a eligir uno sólo de estos medios de expresión, cual elegiría usted?
- Yo elegiría quedarme con la gente.
- Renunciarías a todo?
- Es la gente la que me motiva a hacer todas estas cosas.

Não há razão outra para viver se não for pela própria gente, descobrimos isso aos poucos, em contatos instâneos e estranhos na rua ou por longas conversas em dias de reclusão. Torna-se durante a vida uma necessidade o laço mútuo e humano quando antes era apenas uma distração da mesma. Descobri isso em minhas viagens, aos poucos me caiu a ficha de que a verdadeira motivação da minha fuga, que não era fuga e estava mais para busca, era oposta a desculpa que se desprendia de meu discurso. Buscava a gente, viajava pelas pessoas e pela mudança que elas me causavam porque não somos e não podemos ser os mesmo até o fim de nossas vidas.