sexta-feira, 5 de abril de 2013

Flautas de Pã

Antes de escrever sobre o amor prefiro escrever sobre a vida, da qual a primeira é apena uma ínfima parte da segunda - a qual eu não faço a mínima idéia do que seja - mas já ando desconfiado de saber.

"Um meio de obter é não procurar,
um meio de ter é o de não pedir
e somente acreditar
que o silêncio que eu creio em mim é resposta a meu – meu mistério."

Menina cujo peso dos passos reverbera em curtas ondas sobre a superfície da agua; menina cujo tom de voz acompanha as notas das flautas de pã tocadas à beira do lago e entremescladas à aragem fresca. É noite de festa e a clareira de um bosque desconhecido se ilumina, nos olhos dessa menina vemos refletida a dança e a música daquelas criaturas mitológicas. As ninfas das árvarores e das águas a convidam para compartilhar de um mesmo ritmo, pois está ai, toda a paixão de um botão que desabrocha e descobre os prazeres da vida ao lado de Efidríades, Hamadríades, Faunos e tantos outros. Vêem em seu largo sorriso todos os mistérios do mundo, toda a curiosidade de Pandora.  Aquele encanto entre o "não saber porque" e o "não se importar com isso de não entender" toma-a em uma única torrente, lavando seu corpo, aos poucos desnudado das vergonhas terrenas. Seios de cor alva que à luz da lua balançam sem candeio e com tão pouca candura. Entrega-te ao caminho, pois tudo o que há na vida são caminhos e eles te levam para todas as partes basta não eleger.