Voltou a chover, depois de um maldito mês seco, gostas de água voltaram a verter o solo. Refrescaram o ar empoeirado e intragável, umedeceram as folhas e limparam a fumaça dos meus olhos. Não sei, mas acho que minha vista esteve por algum tempo embaralhada por emoções inulteis, sentimentos desproporcionais e travessos que me arrastaram para um fosso de improbidades. Nele, meu tato e audição me revelaram o que tanto minhas retinas se esforçaram para esconder. Na espessura das convicções, nos devaneios de fantasias, no doce sabor da carne eu demorei pra enxergar uma verdade patente, me ludibriei com um mistério que talvez não exista, eu o inventei, eu o moldei, eu me propus a desvenda-lo... Oh, pra minha surpresa ele não passava de fabulações tolas em noites de carência (é, essa música que vem agora não diz nenhuma mentira), são todas consequências de se gostar de alguèm, os incovenientes, os malefícios e claro os benditos benefícios. Talvez esse seja mais um desafio, mais uma pedra no meu caminho, mais um tempo de aprendizado. Eu não sei, mas já está notei que será difícil, já está sendo aliás, ela concerteza não é uma das pessoas mais fáceis de se lidar, pode ser esse inclusive o fator de estímulo para mim, o simples anúncio de um desafio me faz enlaçar o objetivo com paixão e intensidade, é, é isso que vai me fazer fixar os olhos no final do trajeto e me impedir de desistir, isso se ela não desistir... Outra possibilidade é claro, é me deixar guiar pelos instintos, pela tentação do sexo e por todos os outros frutos da árvores proibida, mas não, não acho que seja isso, acredito e me ampararei na primeira opção: o calor da aventura e não do pecado.
"- Nunca encontrarás alguém que, como eu, demonstre tanto comprometimento, esforço e consideração...
- Eu sei."
Faltou dedicação, na verdade só ela seria o suficiente, pois é, essa palavra que me fugiu naquela tarde, que em todas as vezes na qual eu revisava esse discurso quase certo, meu senso dizia inevitável, me faltava... Bom, agora não posso mais dizer, voltar atrás, evitar minhas mágoas e disgraças, então vai para o papel. Sua complacência me acalma os ânimos e explora a minha verborragia, meu confessor favorito, a despeito dos outros, este não me chama de idiota, apesar de eu merecer tal alcunha. Em silêncio nos compriendemos, sendo assim em silêncio ficaremos. A publicação é mero fetiche de vingança, oras, o que seria mais digno mais digno a um pedido de remição público? Tropeçar tem sido para mim nos últimos anos uma grande robe, talvez uma distração dessa rotina mórbida e lúgubre, deveria ocupar minha mente com o que eu realmente gosto, mas ando sem paciência até para isso. Nem uma fotografia sua ao lado da minha suavisaria meu pranto, ele é seco e infencivo, as vezes até silencioso, qualidade de sorrateiro, mas este é diferente, ele quer estar em paz e só, se digna apenas a ser frequênte/persistente... Oras, to ficando impaciente, sinto que falta algo ao desfecho realmente, de repente só queria os meus livros de volta, não-não, eu sei que é só mais uma desculpa para ve-la novamente, isso não sai da minha mente-mente.
"Queria fugir, me perder"; é verdade o que me disseram, ouvir isso em alto e bom som reanima a gente. Tenho certeza, a solução é sumir, evaporar no ar, emergir em realidades mais convincentes ou menos indiferentes, onde amuletos de solidão não toquem a toda hora, onde ser passivo de regras seja crime, onde o sucessego da comodidade não me sufoque. De novo-de novo, pensando alto-alto demais, melhor que viver o de menos... E la vêm o turbilhão, vórtice de incertezas e dúvidas, de obrigações e vontade, de desilusões e inverdades! Um dia eu escrevo um lvro e queimo todos os meus podres e acredite, eu tenho muitos, acredite, eu não presto. Ah, prefiro viver no submundo grotesco, do baixo carnavalesco ambivalente. Estou falando demais, nem sei se isso é tão bom quanto soa ser; renascer, eu posso, eu tenho que ter!
Por enquanto resta divagar, alimentar sonhos impossíveis, caçar memórias incólumes e progredir para não regressar, entretanto viver para a pessoa que vos escreve, assim como minha paixão pessoal, é volver o passado e em ambas as vertentes, tanto a profissional como a pessoal, não há nada para se orgulhar...
28/07-08/08/08
sábado, 30 de agosto de 2008
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