São horas de incerteza, são dias de angústia, são tempos de insegurança; não quero soterrar com pragas meus tesouros inventados, quero mais é apregoa-los com os mais doces elogios. No entanto minha vista mantém-se embaçada, meu caminho não está livre de tropeços e receio prosseguir. Sofro de insatisfação crônica é isso! Diagnóstico precipitado, porém, provável; quero mais é que se foda e curtir a vida, gritar: "É isso!" e me reinventar. Do que eu sou feito? Com o que eu posso ser refeito? Não, eu só conheço meus defeitos e deles, matéria-morta, nada se pode construir ou usufruir. Já estou a ultrapassar a barreira dos meados de minha existência, as duas décadas se findam e eu não sei o que sou.
Ah, me sinto tão injuriado; quero de forma afobada correr atrás dos meus planos, concatena-los com meus anseios e finalmente disperdiçar meus frutos! Será que estou fazendo sentido? Aliás, qual é o sentido? Eu só sei das minhas memórias, estava catalogando-as hoje, me sentia bem e satisfeito, pois via o quanto já tinha vivido, mas o pesar estava a me sondar, seu estratagema era fácil adivinhar. Às vezes acho que ambos os sentimentos estão de conchavo – a dor e o prazer – ambos a tramar, são tão parecidos, acredito mesmo que sejam irmãos. Logo, cai em sua cilada, meu temor maior despertou; minha dúvida era se poderia continuar a colecionar/gozar de bons momentos, inefáveis instantes, doces vivências. Oh, passatempo atroz!
Não sei, mas por vezes jugo creditar proteção em sua voz, sinto que poderia escutá-la o quanto vc conseguisse proferir suas raras palavras, desejaria me aventurar à noite em companhia desta melodia ímpar; vencer as horas, vencer o sono, vencer a covardia. No entanto aqui estou, apenas a sonhar, mas destas matérias oníricas eu extraio uma certeza, pois sim, já ouvi falar que "é impossível pensar em qualquer ato de um sonho cuja motivação original não tenha passado, de um modo ou de outro – fosse desejo, anseio ou impulso – , através da mente desperta": acordado ou entorpecido eu sei o que quero, mas me sinto vacilante.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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