Esta sucessão de decepções incessantes está começando a me cansar - não que o meu espírito não esteja acostumado - porém, meu corpo começa a arfar sobremaneira e pedir arrego. Tendo em vista a dificuldade que é impor qualquer resistência em ambientes adversos, me ponho aqui em mais um relato sobre a minha valsa solitária entre as cem mil bolas de neve; sim, uma avalanche se avulta sobre minhas débeis defesas. Força e vontade, unidas em um mesmo ímpeto de sobrevivência, uma batalha da ânsia contra o desânimo... Davi contra Golias?
O tom dramático desta notas autobiográficas tem suas cores nos acontecimentos dos últimos meses. A figura da torrente branca e gélida, ganha expressão em favor da licença poética e da timidez congênita às emoções que não transpareço cotidianamente - com excessão das ditas mesas de bares esporádicas. Venho manifestar aqui mostras de minha solidez e covardia, declarações ocultas que se contradizem costumeiramente, entretanto, com razão de ser aqui, no caso presente. A rijidez aparente está em meus silêncios e dissimulações, são indícios análogos à obstinação exibida por Raskolnikov e meu temor, diferentemente deste, não esta no ato, mas na ausência do mesmo. Minha impassividade também é sinônimo da tacitude, do temor posto contra a revelação. É no branco dos meus olhos em que se esconde a verdade, inacessível na maioria das vezes. Isso me deixa mais firme ou vunerável?
Somo o resto da minha disposição contra esse inimigo interior, cuja potência aumenta em função diretamente inversa a minha debilidade. Então, não me levantar em armas frente a este monstro branco de todos os dias é dizer a vc que vou desistir da vida e me entregar as trevas e ao vício da negação. Não é o que me proponho a fazer; negar a chance de viver é obedecer a desistência, é renunciar a virtude, é abdicar da glória.
domingo, 7 de março de 2010
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