sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nascimento e morte

"- Nascimento e morte sempre chocam as pessoas.."

E no entanto, a primeira vista, aparentam ser acontecimentos tão díspares - engano para os que vêem assim. Ambos os processos tem a mesma raíz, sem um o outro não seria necessário ou possível, ambos se completam no governo que é dado pela natureza; na verdade, onde um começa o outro termina. Numa corrente sucessiva e por demais fluída que carrega consigo torrentes de lágrimas, sejam elas, expressões de alegria expansiva ou tristeza contida. Porque não importa a reação convencionada pela moral contemporânea, tanto um sentimento como outro são passivos de serem dispensados em ambos os casos. E é no sentido vinculado pelo verbo desta afirmação primeira que eu inicio o meu desabafo ou hino.
Não encaro a questão como resultado de meros pontos de vista conflitantes, penso antes, que este drama me fornece uma base para sustentar minha idéia de negação do bom/ruim ou negativo/positivo. Desacreditado prisma de compreensão; neste paradigma apreende-se as insuficientes e vulgares, para não dizer bárbaras, tentativas de se julgar ou entender a perspectiva do complexo âmago humano. "Só estou chocado", eu disse, réplica que nunca contemplaria em sua totalidade a convulção de sensações psíquicas que por hora tomou o meu
intestino. No dicíonário os sinônimos para o termo 'sentimento' podem ser tanto o ódio como o amor - ambiguidade incompreensível! Incompreesível para aqueles que nunca deles padeceram, isso é certo. Nesse universo de reações neuroquímicas que atormentam o nosso sistema neurológico, a condenação por quaisquer juízos tomados de assalto deve ser repreendida.. Mas afinal, este post é sobre nascimento e morte ou as reações humanas provocadas por estes? Eu diria ambos, porque foram estes dois problemas que motivaram o meu consolo/poesia e porque no cerne destas tragédia/comédia repousa uma incerteza que me é criativa, afinal por estes dias já escrevi, desenhei, cantei, chorei..
Percebes donde eu quero chegar? Diviso em ambos os temas o renascimento, a renovação, um sem-fim de continuismos e a sigela imprecisão que permeia tais eventos na esfera da sensibilidade humana. Assim, tanto um riso de pesar como um pranto de gozo podem dar o tom da cerimônia - rito que nunca contará com a minha presença - pois prefiro me manter afastado de maternidades e velórios, lugares de acesso restrito a lobos da estepe como eu, a não ser os que ponturam e definirão a minha vida.

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