Dor intestinal e a tortura das conversas alheias que te excluem de uma mundo qualquer que não te interessa - casais, crianças, idosos, todos de aparência tranquila e pouco miseráveis
que constrastam com a minha condição de desgraçado que desconhece laços e despedidas
que observa e uivas enquantos os transeuntes passam e lançam migalhas de atenção e agradeçe aos poucos que tentaram penetrar o muro de arredismo
que a embriaguez corrói e corrompe, enegrecendo as vistas ao invés de permitir o passe livre para o trato social
que grita para aqueles que duvidam da peste e foge para não contaminá-los, assumindo assim o status de herói ou covarde
que brinda em comemorações sem significado para não usurpar o bom humor que copula a todos os semblantes e sendo assim, apresenta da mesma forma um sorriso de merda no rosto
que trava um embate pessoal contra o pessimismo e o desespero ao se convidar a ambientes hostis
que masturba as chances de dignidade enquanto corre da vergonha da descoberta de seus atos escusos, porque insiste em mostrar máscaras
que devem ocultar a pele deformada pelo cancro e o espírito dissolvido em páginas de poemas, contos, teses sem sentido
que treme ao relento esperando a alvorada surgir sem um pedaço de carne fresca para se aquecer ou transar
que chora e resmunga desenjando a morte e o fim dos dias que antecedem o milagre da autodescoberta ou quem sabe um resnacimento
sábado, 19 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário