Não libertem os Urubus! Baila o deus morto para trazer alegria e estímulo às mentes comportadas! Asfixiadas pelo gás carbônico e pelo conformismo, agarradas ao seu lugar confortável para assistir a um espetáculo recatado. Levantem e dancem como ninfas entre os animais! Se alimente de grama e inspiração! Saudem ao deus da antropofagia, porque o que reina agora é a libertinagem. Se entreguem ao mito verde-amarelo de nosso ritmo, veja como é contagiante a dança do boibumbá! Aaaaaaaaah, muleque!
Contra o capital, contra a instituição, contra a moral burguesa, o que reina agora é a metelância. Por isso, se alimentem, sinta a sede e a fome dos séculos. Porque nesses tempos de seca cultural nossos espíritos estão famintos! Eles querem que pensemos e nos comportemos como ele, como podemos aceitar-lo? Afinal qual é o problema de dançar nu e correndo pelo parque? Viva a arte, meu senhor, somente ela nos faz atingir os limites e entrega nossos corpos para fins melhores e mais atraentes.
Não libertem os urubus porque são eles que comem a caniça da nosso criatividade, suas fezes trazem o branco da modernidade e quem precisa dessa moda quando temos nossos orgãos para fazer música? Mantem o bicho para nascer a criar, matem-no que a PAZ está para brotar.
domingo, 26 de setembro de 2010
Figurinos filosóficos personalizados
Envenaram a sua cabeça para pensar como eles, lhe impuseram desejos e conceitos que te encaixaram como último modelo de fábrica e em troca, sabe o que vc recebeu? Um estilo de vida novo em folha então, como se sente? E a formalização desse contrato e o sucesso dessa moda transparece no desprezo que essa geração nutre pelos outros paradigmas da vida moderna. O mesmo sistema que através de suas matrizes distintas podruz padrões "personalizados" para as mais diferentes idades. Logos, as personalidades são desenhadas em estúdios de designer e motivadas nos escritórios de publicidade. Todos saem satisfeitos das longas filas de fastfood, para o burburinho das ÁgorasCenters.
E o que acontece com aqueles que estão a margem desse figurino filosófico? Desistirão, oferecendo as costas para o cancro consumista da sociedade moderna? Estariam eles dispostos a alimentar seus espíritos com existências alternativas, naturais e mais saudáveis? Não. Como animais domesticados estariam prontos para matar a si mesmos se isso lhes garatisse o último exemplar do estoque. Então, minha vida não tem valor se meu corpo não veste um número 34? E assim, o reconhecimento das pessoas está nos sapatos que ela traz consigo. Dessa forma se nos apresentam as pessoas a nós e aos outros todos os dias, seja nos refeitórios ou nas salas de reuniões.
Afundo meu ânimo em copo de teor alcóolico entre 38 e 40 para que meu espírito atormentado não desista de hastear a bandeira das minhas verdades, mesmo que ninguém esteja disposto a escutá-las eu resisto até as últimas trincheiras. Mesmo assim, nem mesmo a minha impertinência é forte o suficiente para suportar toda a noite.. logo, debando do meu posto e desfruto de uma longa caminhada com essa lua que tão linda está nesse céu sem nuvens.
E o que acontece com aqueles que estão a margem desse figurino filosófico? Desistirão, oferecendo as costas para o cancro consumista da sociedade moderna? Estariam eles dispostos a alimentar seus espíritos com existências alternativas, naturais e mais saudáveis? Não. Como animais domesticados estariam prontos para matar a si mesmos se isso lhes garatisse o último exemplar do estoque. Então, minha vida não tem valor se meu corpo não veste um número 34? E assim, o reconhecimento das pessoas está nos sapatos que ela traz consigo. Dessa forma se nos apresentam as pessoas a nós e aos outros todos os dias, seja nos refeitórios ou nas salas de reuniões.
Afundo meu ânimo em copo de teor alcóolico entre 38 e 40 para que meu espírito atormentado não desista de hastear a bandeira das minhas verdades, mesmo que ninguém esteja disposto a escutá-las eu resisto até as últimas trincheiras. Mesmo assim, nem mesmo a minha impertinência é forte o suficiente para suportar toda a noite.. logo, debando do meu posto e desfruto de uma longa caminhada com essa lua que tão linda está nesse céu sem nuvens.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Existe uma metade de mim que ainda me espera?
Se existe, já faz muito tempo que se foi; os mesmos novos ares que buscava foram os que a levaram para longe de seu par. Mas será mesmo que foi ela quem me abandonou ou ao contrário? Estará me esperando em algum lugar, cujo o conjunto do ambiente, espera no fazer reconciliar? Estará magoada e arrenpendida de ter partido? As vezes penso que nasci mesmo para viver despedaçado. Como prato quebrado onde mil cacos se espalham pelo chão... por mais resoluta que seja a escova que varre sempre havará daqueles que se infiltram no frestas mais inacessíveis dos móveis.
Assim também é a condição em que - imagino - se encontra essa outra parte de mim que me abandonou. O que deve estar fazendo enquanto isso? Pior que essa minha fase não-linear de leitura e redação é essa desorganização de lembranças e pensamentos que agora reina em minha cabeça. Não tenho idéia do que eu seria se esta outra metade aqui estivesse; talvez esse desconhecimento, que eu possa estar confundindo com esquecimento, explique o fato de eu estar sentindo falta dessa parte ausente. E donde será esse lugar tão melhor do qual eu vivo hoje? É raro ouvir de novo sua voz, engraçado mas parece mesmo que as reminiscências no fazem cócegas na barriga.
Certo mesmo é que eu não vou me desgastar na espera e tampouco na procura, o que tenho aqui é demais precioso para que eu me aventure por eldourados invisíveis. Entretanto, o que não posso negligenciar também é a possibilidade de que algum dia esse rio que conduz a minha e a história de todos me leve para lugares aonde nunca sonhei estar.
Assim também é a condição em que - imagino - se encontra essa outra parte de mim que me abandonou. O que deve estar fazendo enquanto isso? Pior que essa minha fase não-linear de leitura e redação é essa desorganização de lembranças e pensamentos que agora reina em minha cabeça. Não tenho idéia do que eu seria se esta outra metade aqui estivesse; talvez esse desconhecimento, que eu possa estar confundindo com esquecimento, explique o fato de eu estar sentindo falta dessa parte ausente. E donde será esse lugar tão melhor do qual eu vivo hoje? É raro ouvir de novo sua voz, engraçado mas parece mesmo que as reminiscências no fazem cócegas na barriga.
Certo mesmo é que eu não vou me desgastar na espera e tampouco na procura, o que tenho aqui é demais precioso para que eu me aventure por eldourados invisíveis. Entretanto, o que não posso negligenciar também é a possibilidade de que algum dia esse rio que conduz a minha e a história de todos me leve para lugares aonde nunca sonhei estar.
domingo, 5 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Exílio
Foi um exílio involutário este imposto sobre a minha vida, de um golpe minha rotina foi alijada e fui obrigado a fazer novos amigos sem estar descontente com os antigos. Conto essa história não para lamentar de meus pesares, mas simplesmente para preservar na memória aqueles que não tiveram a mesma sorte que a minha e para fazer crer a mim mesmo que não estou louco. Escrever foi o único remédio contra a solidão que encontrei na cidade natal que não sabe mais quem eu sou. Tento me apresentar a ela todos os dias, mas não é só a indifireça que responde, é também o medo.
Foi naquela tarde de príncipio de agosto após o meu retorno que percebi que ainda estava em exílio. Eram as mesmas ruas e as mesma feições circulantes - paracia que nada havia mudado - cheguei até a reconhecer aquele mendigo que costumava repousar na esquina da Santa Fé com a Uraguay a quem eu já havia ofertado algumas moedas. Entrando no restaurante que era de meu gosto desde os tempos da juventude tudo o que queria era cumprimentar o velho Jorge que sempre me atendia com um sorriso no rosto. Entretanto, o que era o calor de uma amizade passou para o frio tratamento de um seviço comum, um cliente qualquer era o estava em sua frente.
- Hola, Jorge! Como estas?
- Bien, lo que vos deseas?
- No te acordas de mi?
- No, quien sos?
Era assim em todos os lugares e com todas as pessoas, a maiorias de meus conhecidos se quer estendiam a mão, prefiriam correr, fugir do meu fantasma. Os anos me apagaram de suas memórias ou envelheceram o meu rosto por demais? Sentir essa solidão em meu próprio páis não se comparava a qualquer desterro. Se eu não era mais nada para eles o que poderia ser para mim mesmo? E esse vazio interno me comia a medida que percebia que meus amigos de infância também haviam desaparecido. Se eu era extrangeiro aonde havia nascido donde estaria a minha pátria? Minha busca continuou pelos bares e café que a insônia me impelia a frequentar, até que um dia uma linda mulher se aproximou de minha mesa e perguntou: "- Vicente!, donde estebe por tantos anõs?" Eu não a reconheci e foi então que percebi que já estava morto a muito tempo.
Foi naquela tarde de príncipio de agosto após o meu retorno que percebi que ainda estava em exílio. Eram as mesmas ruas e as mesma feições circulantes - paracia que nada havia mudado - cheguei até a reconhecer aquele mendigo que costumava repousar na esquina da Santa Fé com a Uraguay a quem eu já havia ofertado algumas moedas. Entrando no restaurante que era de meu gosto desde os tempos da juventude tudo o que queria era cumprimentar o velho Jorge que sempre me atendia com um sorriso no rosto. Entretanto, o que era o calor de uma amizade passou para o frio tratamento de um seviço comum, um cliente qualquer era o estava em sua frente.
- Hola, Jorge! Como estas?
- Bien, lo que vos deseas?
- No te acordas de mi?
- No, quien sos?
Era assim em todos os lugares e com todas as pessoas, a maiorias de meus conhecidos se quer estendiam a mão, prefiriam correr, fugir do meu fantasma. Os anos me apagaram de suas memórias ou envelheceram o meu rosto por demais? Sentir essa solidão em meu próprio páis não se comparava a qualquer desterro. Se eu não era mais nada para eles o que poderia ser para mim mesmo? E esse vazio interno me comia a medida que percebia que meus amigos de infância também haviam desaparecido. Se eu era extrangeiro aonde havia nascido donde estaria a minha pátria? Minha busca continuou pelos bares e café que a insônia me impelia a frequentar, até que um dia uma linda mulher se aproximou de minha mesa e perguntou: "- Vicente!, donde estebe por tantos anõs?" Eu não a reconheci e foi então que percebi que já estava morto a muito tempo.
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