domingo, 26 de setembro de 2010

O bailado do deus morto

Não libertem os Urubus! Baila o deus morto para trazer alegria e estímulo às mentes comportadas! Asfixiadas pelo gás carbônico e pelo conformismo, agarradas ao seu lugar confortável para assistir a um espetáculo recatado. Levantem e dancem como ninfas entre os animais! Se alimente de grama e inspiração! Saudem ao deus da antropofagia, porque o que reina agora é a libertinagem. Se entreguem ao mito verde-amarelo de nosso ritmo, veja como é contagiante a dança do boibumbá! Aaaaaaaaah, muleque!
Contra o capital, contra a instituição, contra a moral burguesa, o que reina agora é a metelância. Por isso, se alimentem, sinta a sede e a fome dos séculos. Porque nesses tempos de seca cultural nossos espíritos estão famintos! Eles querem que pensemos e nos comportemos como ele, como podemos aceitar-lo? Afinal qual é o problema de dançar nu e correndo pelo parque? Viva a arte, meu senhor, somente ela nos faz atingir os limites e entrega nossos corpos para fins melhores e mais atraentes.
Não libertem os urubus porque são eles que comem a caniça da nosso criatividade, suas fezes trazem o branco da modernidade e quem precisa dessa moda quando temos nossos orgãos para fazer música? Mantem o bicho para nascer a criar, matem-no que a PAZ está para brotar.

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