As vezes penso que o meu nascimento foi como uma grande caminhada porque eu já nasci andando. Pelo menos gosto de relacionar a minha origem com o que eu apenas sei fazer. Melhor, mais do que caminhar eu sei correr, correr e fugir. É o que eu sempre estou fazendo, não? Fujo daqueles que aparentam me amar e fujo daqueles que demonstram me odiar. Minha narrativa, então seria como de um grande suspense tedioso porque palavras como perseguição, paranóia, medo e receio abundariam sem nunca se conformarem como uma conclusão. Isso me traz a recordação do diálogo que hoje tentei semear entre os meus alunos. A idéia da eterna busca.
Será que fugir é a minha maneira de dirigirme ao que eu busco? E se isso é verdade, o que no fundo eu busco? Provavelmente então, tal tesouro se oculta ao alcance dos homens, onde eles estão é onde eu não quero estar. Fugi hoje de novo e enquanto caminhava - como quase impelido pelo movimento involuntário das minhas pernas - desejava volver o corpo e degladiarme com aquilo que me pertubava. E estou até agora ansiando pelo regresso; retorno este que a cada hora, dia e semana que passa vai restando como mais impossível e mais intangível, quiçá até inimaginável. Por que me foi e é tão difícil sustentar meu corpo acocorado naquela condição desleixada e levemente indiferente?
Será que sua porta se manterá aberta quando da minha volta? Seria merecedor de tamanha indulgência e generosidade? E tudo isso faço sem mirar minhas costa com medo de que minha retina encontre com outra que reclame a minha presença. Saiba então, que não adianta gritar pois sou surdo àquilo que meus olhos não querem ver.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
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