domingo, 14 de dezembro de 2008

Revolução das Plantas!


"[...]

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o
ódio."


Um a extensão do outro; quem ilustra quem? ambos se completam. Fiquei tocado com o contraste dessa foto e de forma simultânea esta passagem me veio a mente; de uma unissonância sem paralelos!
De que protegem ela? Ou será que nos protegem dela? Noto na disposição de suas folhas na tentativa de transpassar as grades um desejo de liberdade; noto uma ânsia pelo exterior; noto um sofrimento condescendente do cárcere...

É um rebento e assim como a rosa do povo rompe o asfalto, essa flor se projeta além da cela.
À revolução das plantas!

Um comentário:

Os literatas disse...

É impressionante a força q essa flor tem, romper o asfalto, sugir, resistir...!

Tens uma sensibilidade mto grande, ñ só no texto escolhido,no comentário, assim como na imagem. (preciso de dicas pra fotos q expressem meus textos (falção dos literatas))

Abraço e parabéns!