O que é a verdade? Pergunta repetida ao esmo - a um ermo de respostas - pergunta exaustiva e inconclusiva; eu diria sem uma resposta definitiva ou com muitas repostas, gritos coletivos ávidos por se tornarem válidos. O que eu sei é que o homem não gosta da verdade, alguns empreendem esforços ferozes e irracionais para defendê-la, contudo poucos querem realmente conhecê-la e demonstram sua aversão tão veementemente que entram em choque quando dela é pertimitido que partilhem, vociferando contra um direito que não reivindicaram. Mas não será o destino de toda a humanidade a revelação da verdade quando do final do percurso? Provavelmente não, esta deve ser somente mais uma das mentiras que inventamos, assim como é feito da tal 'verdade'. Logo, não existe uma verdade absoluta, existem sim engodos construidos com o passar das eras e em confluência com os interesses vigentes.
Isso me leva a uma questão mais premente: como o homem lida com a "verdade", o que eu quero dizer, ele simplesmente a aceita? Ou pinta um quadro para que ela apareça açucarada e dourada? Sim. É disso que são construídas as fábulas, as histórias, as alegorias, os sonhos e os futuros, são todos compostos por pedacinhos de verdade que devemos absorver desde a mais tenra idade. Bom, acho que isto não é mais novidade para ninguém, mas um daqueles impulsos irresistíveis quis que eu me pusesse a escrever.. é, sabe, um eterno monólogo ridiculo. Voltando.. Hoje, porém, temos condições de compor nossa própria verdade, com os tons e elevados mais indecorosos e incomuns que conhece-mos. Entretanto, e este é o ponto, não realizamos por nós mesmo o que outros estavam antes dispostos a fazer? Não deixamos nos levar ao doce sabor do vento em nossas lucubrações e devaneios para enfim aportarmos em um porto que nos seja agradável e seguro? E não produzimos, temos de o admitir, lançando mãos dos mesmo artificios, antes recriminados? Pois sim, fazemos parte dessa mesma escória que por força de um instinto subversivo, por alguma tendência a insubordinação aprendemos a nos diferenciar. Em algumas vertentes, encantadoramente, esta vocação a revelia não existe e esta classe, adestradamente, se mistura e se integra a esta mentalidade contemporânea (apesar deste substrato nos remeter até a antiguidade).
Assim, não faço uma crítica a sociedade, faço sim e de novo, a mim mesmo. Sou parte deste dito estrato marginal e contra-cultural, mas isso não é digno de nobreza ou pena, é simplesmente parte dessa história toda de pensar, logo existir. Será que existe algum projeto mental-ilógico que destoe dessa correnteza monótona? Talvez esse regaço desague em algo maior e melhor, talvez estejamos evoluindo e progredindo! Um anseio íntimo queria verdadeiramente crer nesta historieta de folhetim, todavia penso mesmo que estamos chegando ao esgoto, visto que tudo isso já me cheira muito mal.
sábado, 11 de abril de 2009
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