domingo, 12 de julho de 2009

Medo. Medo? Medo?!

Vc sente medo?
Eu sinto e sinto tanto medo que pelo simples fato de ter medo de estar sozinho com esse sentimento, vou acreditar que vc sente também. Não é algo constante ou dosado, não traduz um comportamento padrão - eu diria mais - eu o explicaria como um ímpeto súbito, assim como são todos os roupantes; que se manifesta arbitrariamente e de maneira dominante. Ele não chega a paralizar os meus movimentos, como àqueles que apavorados diante do perigo eminente não conseguem sair da frente do veículo que vem em sua direção; este medo me faz ser outra pessoa, ele subverte meu espírito e corrompe a minha personalidade. Não queria ter dito aquelas coisas ou feito outras das quais vc tanto se enojou, eu estava simplesmente com medo. Medo do quê? Vc ingenuamente me perguntaria. Medo de ser eu mesmo - seria a resposta na ponta da minha língua que eu relutantemente guardaria para mim e esconderia de ti. Então, nos despidiriamos pela última vez e pela centésima vez aquele gosto amargo na boca, única lembrança viva de ti, memória do mundo para mim..
Como é nociso para eu guardar essas verdades, como é perverso eu assegurar esta responsabilidade como inalienável. Egoísmo puro e inadvertido. É de um sabor acre e vil, veneno que inunda meus vasos e descolore a minha pele. Vc sabe o que é sentir isso? Não poderia ser diferente, certo? Pois, falamos de um mecanismo natural, declaradamente instintivo que reage frente as adversidades. Mas por que então, me sinto tão abatido e desgraçado? E por que vc reage de maneira tão abjeta e com tanta frieza?
Vc também sente medo?

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