domingo, 30 de agosto de 2009

Justos ou Inglórios e a cultura do medo

Não importa a que fins se prestem - justos ou inglórios - as empreasas humanas sempre conseguiram forjar justificativas que conquistassem a complacência de seus ouvintes. Os grandes feitos que impregnam a História da humanidade foram construídos a base não somente de ações, mas também de palavras. Ressalto porém, que redigir uma argumentação crítica a este respeito não significa tentar erguer uma barreira suficientemente alta que me isole do ativismo político ou dos movimentos sociais que se valem de tais métodos. Quero simplesmente manter a minha posição de contestador irrefreável, aquele típico ser "cri-cri" que não se satisfaz com nada, acredito entretanto, que se opor a uma idéia ou caminho é o primeiro passo para o início de um diálogo, processo dialético por si só e por isso, impulsionador.
Refletia quanto a frase: "o establishment obriga-nos a viver muito mais temerosos do que é necessário para sobreviver. A vantagem está em nos fazer ficar muito aquém dos limites do nosso medo." Dado a luz a este ponto, temos estar concientes do que realmente devemos temer e de até que limite esse medo não deve ultrapassar. É se utilizando do instrumento do terror que os autoritários conseguem fazer melhor controle e recuo da massa potencial de revoltosos ou do sentimento de insatisfação que eiva as ordas famintas dos desamparados. Isso é inegável e o precesso é patente; coloco como exemplo o da atual conjuntura da crise mundial - até que ponto não é possível divisar o limite do medo que nós verdadeiramente devemos ter do que o governo legitimado quer nos fazer impor? Será que as balizas deste senso são tão diáfanas que não logramos enxergar o embuste que é a tentativa de fazer a classe trabalhadora pagar por erros da classe burguesa empresária? Talvez saibamos do fato, mas apenas ignoramos a saída, não importa... O ponto em que quero tocar é exatamente do uso indiscriminado das mesmas táticas pela oposição, cito claro, a esquerda e mais especificamente o Movimentonn com o qual eu dialogo. Eles também explicitam o cancro da crise como o fim dos tempo ou o desdobramento de um processo que tem como destino natural a babárie completa; deixo sublinhado que quanto a esta questão eu não apresento qualquer discordância, antes minha intenção aqui é vislumbrar como eles postos em fileiras para a luta impunham as mesmas armas que o inimigo, o medo. Devemos nos apavarar da nuvem negra que recai sobre nós ou como eu gosto de repetir, do "fantasma que nos ronda" e por isso agir frente as possibilidades que urgem! Outro exemplo claro é o da gripe suína, de novo o establishment se aproveitou dessa desgraça epidemológica para instituir o medo e observar as prioridades nacionais, exemplo claro se encontra no México aonde o exército foi alocado às ruas para cumprir o estado de sítio. Será que realmente devemos recear essa tal pandemia com o fervor que a imprensa explora? Será que a manchete "Gripe suína Barbárie Capitalista" não é um tanto gritante e por isso apavorante? Vivemos assistenciados pelo século XXI e não no desamparo do século XIV, esse vírus não vai consumir mais vidas do que a gripe comum ou a peste negra.
É um verbete a se consultar este no dicinário o do medo para entender esta vultosa propaganda política que tapa as nossas vistas e não nos deixa descortinar um horizonte mais claro ou menos enviesado. Falo por aspiração pessoal, discurso com este espírito revolto já marcado, mas me defendo acima de tudo não como um ativista partidário, mas sim como um militante pela humanidade como diria Julio Cortázar, a quem eu tão pouco conheço, mas já gosto tanto.

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