quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Big Bang!

"Todo o nosso universo estava em estado quente e denso, então há quase 14 bilhões de anos atrás a expansão começou... espere! A Terra começou a esfria, os autótrofos começaram a babar, os neandertais desenvolveram ferramentas, construímos a muralha, construímos as pirâmides, a matemática, a ciência, a história, desvendando o mistério de que tudo começou com um Big Bang!"

Começamos a jogar este jogo a 7 milhões de anos atrás como nos conta os registros da nossa querida Toumai, driblamos crises climáticas, existencais e biológicas, para enfim, no cimo do colosso do tempo admirar-nos do que construimos. Pois, de fato, toda a humanidade não passa de um prodigioso memorial erguido a ferro, sangue e reflexão; erigido com esmero desde dos primórdios do Homo Sapiens à capacidade de significação. Temos então, sobre as costas, uma obra que remonta a milhares de anos antes, cujos resquícios de suas atualidades passadas sobrevivem até hoje em nossos sonhos e projetos; planos para um mundo que está em constante mundança, que, entretanto, não perde nunca o seu arquétipo principal, dito perfeito, a própria imagem do homem. Estamos então, condenados a servimos de guias para nós mesmo, embrenhando-se cada vez mais, nesta selva secular e densa, marcando sempre o caminho de regresso.
Esqueceremos algum dia quem somos nós? Ou da onde viemos? Nesta trilha contínua aonde pretenderemos vislumbrar o indivisível, não nos sacrificaremos por uma pretensa vã? Pois, a graça esta realmente neste dilema: no cosmos criativo que é a nossa mente não existem riscos intransigíveis, não existem labirintos irretornáveis, somos tolos donos de nós mesmos! Acredite, temos o mundo em nossas mãos, exatamente por esta ser a nossa maior composição, ou pelo menos a de mais digno louvor. O universo surgiu da cabeça de um cientista solitário, a comunicação foi resultado de um anseio visionário e a fraternidade foi conquista da Revolução. Todavia, duvidas ainda do pontencial humano? A Matemática, a História, o Amor são estigmas identitários deste grande esforço que foi o edifício da humanidade. Da insignificante pequenez de um liliputiano a observar a elevação deste monstro - seus ornamentos, seus arrojos sóbrios e estravagantes - que pode assustar, mas em seguida deve orgulhar até o mais pessimista dentre os bípedes anões. Esta faculdade imaginativa já pintou os céus dos tons mais incrédulos e discrepantes possíveis, a viagem a lua foi fronteira que o senso comum nunca pensou ser ultrapassada. Podemos tudo ou simplesmente somos tudo? Temos um Deus corporificado pela vontade que há no interior do coração de cada individuo, seja ele indefeso ou destemido, há uma luz que ilumina toda esta maratona hercúlea.
Assistimos ao ínicio e estaremos aqui quando o momento derradeiro chegar ou quando quisermos que ele chegue, pois o renascimento ou o suicídio não são apenas das mais belas sonatas que ouvido humano pode apreender, são também daquelas que somente ele pode gerar! Ambas, tendo como particularidade una e vínculo impartível, o de provocarem tênues lágrimas de cristal.

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