Voilà combien de jours, voilà combien de nuits,
Voilà combien de temps que tu es reparti
Tu m'as dit: "Cette fois, c'est le dernier voyage"
Pour nos coeurs déchirés, c'est le dernier naufrage
Tu m'as dit : Au printemps, je serai de retour
Le printemps, c'est joli pour se parler d'amour
Nous irons voir ensemble les jardins refleuris
Et déambulerons dans les rues de Paris!"
Dis, quand reviendras-tu?
Dis, au moins le sais-tu
Que tout le temps qui passe
Ne se rattrape guère...
Que tout le temps perdu
Ne se rattrape plus!
Le printemps s'est enfui depuis longtemps déjà
Craquent les feuilles mortes, brûlent les feux de bois
À voir Paris si beau en cette fin d'automne
Soudain je m'alanguis, je rêve, je frissonne
Je tangue, je chavire, et comme la rengaine
Je vais, je viens, je vire, je tourne, je me traîne
Ton image me hante, je te parle tout bas
Et j'ai le mal d'amour, et j'ai le mal de toi
J'ai beau t'aimer encore, j'ai beau t'aimer toujours
J'ai beau n'aimer que toi, j'ai beau t'aimer d'amour
Si tu ne comprends pas qu'il te faut revenir
Je ferai de nous deux mes plus beaux souvenirs
Je reprendrai la route, le monde m'émerveille
J'irai me réchauffer à un autre soleil
Je ne suis pas de ceux qui meurent de chagrin
Je n'ai pas la vertu des femmes de marins
Nós temos a nossa Paris, vc pode me dever crédito, mas ela está guardada no bolso, protegida entre papéis amassados e lembranças remoídas. No asilo deste regaço guardo o refugo de projetos interrompidos e descarnados - a isto darei o singelo apelido de París. Então, te convido mais uma vez a passear por suas longas avenidas de mãos dadas e com sonhos compartilhados; podemos seguir pela Champs-Elysées e tomar um chá as margens do Sena, o que me diz? Sei que vc vai encontrar um charme nestes velhos café franceses, talvez não aquele donde os philosophes se reuniam antigamente, mas posso te apresentar a melhor torta de maçã e sovertes da cidade!
Caminhando, segurando toda a presença daquele momento entre os dedos, sentia envelhercer-me à passagem das horas e das esquinas. Me pertubava a fragilidade daquele instante, a fugacidade daquelas sensações e o consumo de nossas vidas em filosofias circulares. Quer saber o que realmente me importa nestes dias de insegurança? É saber que na semana seguinte, após soar o apito da fábrica, eu terei a certeza de que repetiremos o mesmo trajeto da París que inventamos e que deverá ser invísivel aos olhos alheios para sempre. Em meio a turba dos uniformizados que enveredam pelas ruelas deste bairro operário guardo contigo uma verdade única e inestimável - a vida não é um mar de rosas e vc sabe - em tempos tão difíceis, sinto que somente o seu corpo poderá me aquecer.. Sabe, não receio pelos ventos do sul que carregam consigo invernos rigorosos e duradouros; meu temor maior esta nesta indiferença fria que endurece nossos corações. Pois, é esta a verdade que nos une, seremos capazes de transmitir a nossos filhos ou reeducar nossos pais?
Lembra daquele dia de verão quando sob aquele céu grandioso eu me joguei ao chão e vc, vc mesma!, em vez de querer me levantar se jogou ao meu lado? Na praça da torre Eifel não tinha quem não passasse olhos desconfortados sobre nós e a fuligem que se misturava às nossas roupas nesta avenida vulgar... Éramos risos e carícias - soube daquele dia em diante que nem a desgraça mais miserável poderia nos separar, seria um crime, eu jugo.
Conto tudo isso, com dor e alegria mesclados no peito, não para envaidecer o inevitável e lastimável fim que condenou a nossa fábula, mas unicamente para elevar a herança que tu deixastes em testament. Não falo de algo material e efêmero, afinal o que temos além das roupas que nos vestem ou do banco do Trocadéro, nosso jardim preferido em toda Paris? Estou pensando antes no canteiro fértil ao lado deste mesmo banco aonde começamos a cultivar a nossa verdade.
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