"Lili, take another walk out of your fake world
Please put all the drugs out of your hand
You'll see that you can breathe with no back up
So much stuff you've got to understand
For every step in any walk
Any town of any thought
I'll be your guide
For every street of any scene
Any place you've never been
I'll be your guide
Lili, you know there's still a place for people like us
The same blood runs in every hand
You see it's not the wings that make the angel
Just have to move the bat out of your head
For every step in any walk
Any town of any thought
I'll be your guide
For every street of any scene
Any place you've never been
I'll be your guide
Lili, easy as a kiss we'll find an answer
Put all your fears back in the shade
Don't become a ghost with no colour
'cause you're the best paint, life ever made"
Era uma dessas noites em que sabemos que nada irá acontecer, mas que, apesar do desconforto e da instabilidade moral, atentamos para a esperança que ainda nos resta. Esperança de quê? Não estou falando de mim, oculto entre essas linhas faço o mero papel de narrador. Descrevo então, no escasso talento que transparece destes vocábulos, o aparente conformismo daquela garota solitária que, encostada a mureta da sacada, aguarda o arrastar das horas frias de uma madrugada qualquer de março. Ela se chama Lilli, tem lindos olhos castanho escuro que não refletem mais que a educação na qual foi adestrada. Em um festa, uma comemoração de todo ignorada, sustentando um copo pela metade de vinho ela se empenha na promessa que fez a si mesma - seria uma noite para ser outra pessoa. Mas quem?
Os mesmos rostos e os mesmos diálgos, não é presciso escrever sobre a motivação de cada uma daquelas pessoas que a rodeavam sem a perceberem, para entender a situação. Em um quadro por terminar, ela seria a peça mais apagada de uma alegria incontida que pinceladas macias tentavam transmitir. Assumido papel de contraste - devaneios avoados reforçavam a expressão de indiferença - uma "atriz em tanto", diriam, se aquilo fosse um teatro. Os passos que haviam guiado ela até o centro da cidade e ao hotel então, não eram os mesmos que tinha dado até aquele instante de sua vida, na verdade era na imobilidade daquela posição afastada que ela tentava se movimentar. Paradoxo incomum para um pefil de tão belos traços.
Andar sobre as teclas de um piano quando a melodia é fugaz e efusiva tende a ser mais difícil do que em uma canção lenta e melancôlica. E quem é que está afim de dançar? Outras vestes, um novo nome, não usurpavam a totalidade, o indivíduo acabava sendo o mesmo, não importava a capa. Eram duas, três da manhã, os minutos ecoavam em um labirinto de monotonia que tinha pouco a oferecer; teremos um final distinto até a próxima aurora? O que ela queria era uma companhia agradável, alguém que lhe fizesse sentir-se viva e retirasse a lembrança de quem ela era e para onde iria. Infelizmente para uma história assim, o dia seguinte não seria premissa de um destino melhor, logo, o sol já despontaria no horizonte e ela ainda se sentiria perdida, mesmo sabendo aonde estava.
Tenho o mesmo sangue que corre em suas veias, tento te conduzir aqui de cima, contudo, apesar das largas calçadas vc parece não permitir que anônimos caminhem do seu lado, como posso chegar junto de ti? Apelo, simplesmente, esteja sob a luz e no escuro, quando elas se extinguirem, olhe para cima, para o céu. Não se preocupe, eu estarei bem, se vc estiver bem!
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